Meu filho não me escuta

"Filho, guarde o celular para jantar!"... "Filha, já falei para arrumar seu quarto!"... Se você é pai ou mãe de um adolescente da Geração Z, essas frases provavelmente soam familiares. A sensação de não ser ouvido, de estar falando com as paredes, é uma das maiores frustrações na educação de hoje. Mas, e se a questão não for a falta de respeito, e sim a forma como nos comunicamos?

A Geração Z e um Mundo Diferente

Se você cresceu sem a internet e com apenas alguns canais de TV, a realidade dos seus filhos é completamente outra. A Geração Z, nascida entre meados dos anos 90 e o final de 2010, cresceu com a tecnologia nas mãos. O mundo deles é acelerado, visual e interativo. Eles não aprendem apenas lendo, mas vendo vídeos curtos, interagindo em redes sociais e recebendo informações de forma fragmentada e rápida.

Então, quando você pede para eles largarem o celular, para eles é como se pedisse para largarem a janela para o mundo deles. Eles não estão sendo desobedientes de propósito; eles estão conectados a uma realidade que, para nós, pode parecer incompreensível.

A Escuta Ativa: O Segredo para Conectar

O ponto de partida não é fazê-los ouvir você, mas sim ouvir e tentar entender o mundo deles. Isso não significa que você precise dominar todos os desafios do Fortnite ou saber todas as dancinhas do TikTok, mas sim mostrar interesse genuíno por suas paixões.

  • Passe tempo de qualidade: Não apenas no mesmo cômodo, mas junto com eles. Pergunte sobre os jogos que jogam, as séries que assistem, os memes que acham engraçados. Isso cria um ponto de conexão e mostra que você se importa com o que é importante para eles.
  • Comunique-se de forma diferente: Esqueça os longos sermões. A Geração Z se comunica em frases curtas e diretas. Em vez de "Você nunca arruma seu quarto e isso é uma falta de respeito...", tente "Filho, por favor, arrume o quarto. Ajuda a manter a casa organizada para todos." A clareza e a objetividade são chaves.
  • Negocie e seja flexível: A rigidez cega gera rebelião. Se você quer que eles ajudem nas tarefas de casa, talvez possa oferecer a opção de escolherem o horário ou a tarefa que preferem fazer. Eles se sentirão mais parte do processo e menos como um simples "executor" de ordens.
  • Mostre vulnerabilidade: Aproxime-se do seu filho de forma mais humana, compartilhando seus próprios desafios e erros. Isso derruba a barreira do "pai que sabe tudo" e cria um ambiente de confiança.

O Foco Não é a Obediência, Mas a Conexão

O objetivo final não é ter um filho que obedece cegamente, mas sim um ser humano que confia em você e se sente seguro para se abrir. Quando a conexão existe, a comunicação flui naturalmente. A obediência não é mais uma imposição, mas uma consequência do respeito e do amor mútuo.

Portanto, da próxima vez que sentir que está falando com as paredes, respire fundo. Em vez de aumentar o volume, tente diminuir as expectativas e aumentar a sua escuta. O seu filho, por trás da tela, está apenas esperando que você encontre a chave para o mundo dele.

Fernanda Araújo
Psicóloga Clínica | CRP 06/143598
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