A "Síndrome do Impostor"

Você já conquistou algo importante – uma promoção, a aprovação em um projeto complexo, um elogio sincero – e, em vez de sentir orgulho, a primeira coisa que vem à sua cabeça é: "Eles vão descobrir que eu não sou bom o suficiente"?

Se a resposta for sim, saiba que você não está sozinho. Esse sentimento tem nome: a Síndrome do Impostor.

A Síndrome do Impostor é um padrão psicológico onde a pessoa duvida de suas próprias conquistas e tem um medo persistente de ser exposta como uma "fraude". Por mais que haja evidências claras de sua competência, o indivíduo atribui o sucesso à sorte, ao acaso, a um engano ou até mesmo a um golpe de marketing pessoal, mas nunca ao seu próprio esforço e talento.

Por que a gente se sente assim?

Não existe uma única causa, mas a Síndrome do Impostor costuma estar ligada a uma combinação de fatores:

  • Perfeccionismo: A busca por uma perfeição inatingível faz com que qualquer falha, por menor que seja, seja vista como uma catástrofe e uma prova de que você não é capaz.
  • Ambientes de alta pressão: Estar em um lugar onde a competição é acirrada e as expectativas são altíssimas pode reforçar a crença de que você não está à altura.
  • Crescimento rápido e inesperado: Um sucesso repentino pode ser difícil de assimilar, levando à sensação de que foi "sorte de principiante" e que logo a realidade virá à tona.
  • Comparação constante: A era das redes sociais nos coloca em um palco de comparação infinito. Vemos apenas os melhores momentos dos outros e, inevitavelmente, nos sentimos aquém.

Os sinais de alerta

Reconhecer a síndrome é o primeiro passo para superá-la. Fique atento a estes comportamentos:

  • Procrastinação: O medo de não ser capaz de fazer um trabalho perfeito pode levar à procrastinação. "Melhor não fazer do que fazer mal", diz a voz interior.
  • Trabalho excessivo: Paradoxalmente, a pessoa pode se sobrecarregar, achando que precisa trabalhar o triplo para "compensar" a suposta falta de competência.
  • Dificuldade em aceitar elogios: Receber um feedback positivo é desconfortável. Você imediatamente desqualifica o elogio ou o atribui a um fator externo.
  • Minimizar suas conquistas: A tendência é diminuir a importância do que você fez. "Ah, foi fácil" ou "Qualquer um faria isso" são frases comuns.

Como começar a virar o jogo?

Se você se identificou, respire fundo. A boa notícia é que a Síndrome do Impostor não é uma sentença, e sim um padrão de pensamento que pode ser trabalhado.

  1. Reconheça e nomeie o sentimento: Dizer "Ah, é a Síndrome do Impostor falando" é um jeito de se distanciar e não deixar que a emoção tome conta.
  2. Liste suas conquistas: Anote, de forma objetiva e sem julgamentos, suas vitórias. Inclua não apenas as grandes, mas também as pequenas. Ter essa lista à mão é um lembrete tangível do seu valor.
  3. Compartilhe seus sentimentos: Converse com um amigo, um familiar ou, idealmente, um profissional. Você ficará surpreso ao descobrir que muitos ao seu redor também sentem o mesmo.
  4. Aprenda a receber elogios: Quando alguém lhe der um elogio, apenas diga "Obrigado!". Não precisa justificar, diminuir ou explicar. Simplesmente aceite.
  5. Entenda que a perfeição é uma ilusão: Troque a busca pela perfeição pelo aprendizado contínuo. Ninguém é perfeito, e cometer erros faz parte do processo de crescimento.

A Síndrome do Impostor é um convite para olhar para dentro e reconhecer o seu valor. Você não é um fraude. Você é um ser humano em constante evolução, com talentos únicos e uma jornada própria.

Fernanda Araújo
Psicóloga Clínica | CRP 06/143598
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